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Resposta natural RLC - variações

A resposta natural RLC cai em três categorias: superamortecido, criticamente amortecido e subamortecido. Escrito por Willy McAllister.

Introdução

A resposta natural de um circuito resistor-indutor-capacitor (RLC) pode assumir três diferentes formas, dependendo dos valores do componentes utilizados.
Em dois artigos anteriores, abordamos uma descrição intuitiva de como o RLC se comporta, e fizemos uma derivação formal em que modelamos o circuito com uma equação diferencial de segunda ordem e resolvemos um circuito exemplo específico. Neste artigo, vamos analisar a equação característica e dar nomes às várias soluções.
O circuito para a resposta natural RLC.

O que estamos construindo

A equação característica do RLC é:
s2+RLs+1LC=0
Vamos encontrar as raízes da equação característica usando a fórmula de Bhaskara:
s=R±R24L/C2L
Substituindo as variáveis α e ωo podemos escrever s de forma um pouco mais simples:
s=α±α2ωo2
onde,
α=R2L, ωo=1LC
α é chamado de fator de amortecimento e ω0 é a frequência de ressonância.
Existem três formas de soluções distintas para i(t), a depender da relação entre α e ω0:
  • amortecimento supercrítico, α>ω0, que é a soma de duas exponenciais decrescentes
  • amortecimento crítico, α=ω0, que dá t vezes uma exponencial decrescente
  • amortecimento subcrítico, α<ω0, que é uma senóide de amplitude decrescente

Modelando e resolvendo o circuito - revisão

Em um artigo anterior, criamos e resolvemos uma equação diferencial de segunda ordem modelando o circuito RLC. Esta equação se parece com essa:
Ld2idt2+Rdidt+1Ci=0
Nós propusemos uma solução com uma forma exponencial (que funcionou muito bem para nós), e chegamos a equação característica com essa fórmula:
s2+RLs+1LC=0
Nós resolvemos em função de s, as raízes da equação característica do circuito RLC, usando a fórmula de Bhaskara,
s=R±R24L/C2L
Substituindo as variáveis α e ωo escrevemos s de forma um pouco mais simples:
s=α±α2ωo2
onde α=R2L, e ωo=1LC
α é chamado de fator de amortecimento, e ω0 é chamado de frequência de ressonância.
Nós reescrevemos a solução proposta para a seguinte forma,
i=K1es1t+K2es2t
Vamos agora olhar em detalhes a função de s, as raízes da equação característica do circuito RLC, e seu impacto na solução de i.

Solução exata

Caso se deseje uma solução exata para valores específicos de R, L, e C, podemos fazer um cálculo semelhante a aquele feito no circuito exemplo do artigo anterior. Uma outra alternativa é colocar os parâmetros do circuito em um simulador para nos ajudar a encontrar um resultado.

Amortecimento supercrítico, crítico, subcrítico

Podemos ter uma ideia da riqueza da resposta natural do circuito olhando as três possíveis respostas de forma qualitativa.
A solução de s depende do sinal resultante da subtração que ocorre dentro da raiz quadrada na equação:
s=α±α2ωo2
As raízes podem ser:
relaçãosinal de α2ω2apelidos
α>ωo+amortecimento supercrítico2 raízes reais
α=ωo0amortecimento crítico2 raízes repetidas
α<ωoamortecimento subcrítico2 raízes complexas
A resposta resultante de i(t):
relaçãosinal de α2ω2denominaçãoi(t)
α>ωo+amortecimento supercrítico2 exponenciais decrescentes
α=ωo0amortecimento críticot exponencial decrescente
α<ωoamortecimento subcríticoseno de amplitude decrescente
Caso seu estudo da engenharia te leve a conhecer a Teoria de Controle, esses termos são usados para descrever o comportamento de sistemas dinâmicos. Por exemplo, o movimento de um braço robótico pode ser descrito por uma equação diferencial de segunda ordem. Se você comandar seu robô para pegar um objeto rapidamente, você pode descrever o movimento da mão do robô usando essas palavras.
Vamos olhar as três possíveis respostas com um pouco mais de detalhe.

α2ω2>0 amortecimento supercrítico

Sob esta condição, o termo ωo2 é pequeno em relação a α2, então sabemos que a expressão dentro da raiz quadrada resultará positiva. Também sabemos que a expressão da raiz quadrada será menor do que α. Isso significa que s será dois números reais, ambos negativos.
s1,2=α±α2ωo2
s1=número real1 e s2=número real2
(Convença-se que s1 e s2 serão ambos negativos.)
A corrente será a sobreposição de duas exponenciais reais que decaem até zero.
i=K1ereal1t+K2ereal2t
Diz-se que o circuito está com amortecimento super crítico pois as duas exponenciais sobrepostas estão levando a corrente para zero. O circuito será supercrítico caso a parte resistiva seja grande comparada com a frequência de ressonância.

α2ω2=0 amortecimento crítico

O limite entre o amortecimento subcrítico e supercrítico é quando α=ωo. O fator de amortecimento e a frequência de ressonância estão em equilíbrio, e os termos dentro da raiz quadrada resultam em 0. As raízes da equação característica, s, são dois números reais idênticos, as raízes repetidas:
s1,2=α±α2ωo20
s1,2=α
Resolver uma equação diferencial de segunda ordem com raízes repetidas é um pouco complicado. Não vou fazer a derivação aqui, mas vou pedir que você assista a um ótimo vídeo sobre resolução de raízes repetidas. Bem-vindo(a) de volta. Com raízes repetidas, a resposta é um termo exponencial multiplicado por t.
i=V0Lteαt
Denomina-se a resposta do circuito como criticamente amortecida.

α2ω2<0 amortecimento subcrítico

Quando o α é menor que o ωo, a raiz quadrada tem um número negativo dentro, e o s sai como dois números complexos conjugados, com partes reais e imaginárias. O circuito exemplo em que trabalhamos no artigo Derivação da resposta natural do RLC é um sistema de amortecimento subcrítico.
A corrente se assemelha a uma onda senoidal que diminui com o passar do tempo. Pense no som que um sino faz quando você o toca. O som do sino é liberado e enfraquece com o passar do tempo. Isso é um sistema mecânico de amortecimento subcrítico de segunda ordem. Para circuitos elétricos de segunda ordem, nós pegamos emprestado o termo que dizemos que o sistema com amortecimento subcrítico "toca" em uma frequência de aproximadamente ωo=1LC.
Se deixarmos a resistência ficar muito pequena até chegar a 0, então α=R/2L se torna zero e s1,2 se torna ωo. O circuito se torna uma configuração LC pura. Quando analisamos a resposta natural do circuito LC, obtivemos uma onda senoidal que durava para sempre. (Na vida real, o R nunca é 0, portanto, sempre há uma perda de energia. Um sino não toca para sempre.)
O primeiro exemplo de circuito que trabalhamos mais cedo nesse artigo tinha R=2Ω,L=1H, e C=1/5F.
Nós não iremos repetir a solução, mas aqui estão algumas observações usando a notação α e ωo.
O fator de amortecimento α é
α=R2L=221=1
A frequência ressonante, ωo é
ωo=1LC=111/5=5
Olhando para os termos dentro da raiz quadrada:
α2ω2=1252=4= um número negativo, o qual nós vimos que leva à solução de um seno decaindo. Portanto, nós poderíamos descrever o exemplo de circuito como um sistema de amortecimento subcrítico.

Resumo

O circuito RLC é o equivalente eletrônico de um pêndulo oscilante com atrito. O circuito pode ser modelado por essa equação diferencial linear de 2a-ordem:
Ld2idt2+Rdidt+1Ci=0
A equação característica resultante é:
s2+RLs+1LC=0
Vamos encontrar as raízes da equação característica usando a fórmula quadrática:
s=R±R24L/C2L
Substituindo as variáveis α e ωo escrevemos s de forma um pouco mais simples:
s=α±α2ωo2
onde α=R2L, e ωo=1LC
Dependendo do tamanho relativo de α e ωo, nós obtemos três formas diferentes da solução:
  • amortecimento supercrítico, α>ω0, que é a soma de duas exponenciais decrescentes
  • amortecimento crítico, α=ω0, que é t vezes uma exponencial decrescente
  • amortecimento subcrítico, α<ω0, que é uma senoide de amplitude decrescente

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