Conheça Monica Shah

Eu sou epidemiologista de malária no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Iniciei minha carreira como cientista laboratorial do CDC, usando os conhecimentos moleculares que adquiri em minha formação em bioquímica para detectar marcadores genéticos de resistência a medicamentos antimalária para fins de vigilância e pesquisas na África subsaariana. Quando estava concluindo meu Mestrado em Saúde Pública, tive a oportunidade de aplicar os métodos epidemiológicos e bioestatísticos que havia estudado para analisar os resultados laboratoriais e explorar associações com dados epidemiológicos. Essa experiência, assim como a viagem ao Quênia, na qual aprendi sobre trabalho de campo pela primeira vez, despertou meu interesse em seguir carreira como epidemiologista.

Como epidemiologista, eu tive a oportunidade de trabalhar em várias áreas de estudo da malária no Quênia e Malavi e de contribuir com a saúde pública em Gana, Uganda e Serra Leoa. Durante uma das minhas primeiras experiências de campo, eu tive que treinar uma equipe de pesquisa para conduzir um censo sobre mosquiteiros com aproximadamente $2500$‍ famílias em Malavi. Esta oportunidade foi uma de muitas que alinhavaram meu livro de epidemiologia com as realidades práticas de desenho de estudo, implementação e análise. Eu também ganhei experiência no desenvolvimento e programação de questionários para coleta de dados com base em aparelhos móveis, que envolve o uso de aparelhos móveis (como smartphones, tablets, assistentes digitais pessoais, etc.) para capturar informações eletronicamente. Eu adoro desenhar questionários "mais inteligentes" e treinar o pessoal local dos países nos quais trabalhamos para que se tornem proficientes nessas tecnologias.

Recentemente, eu decidi voltar a estudar para fazer um doutorado em epidemiologia, então, eu estou cursando o primeiro ano de pós-graduação. Acho que ser um "profissional" não significa que você já sabe tudo o que há para saber em sua área! Na verdade, isso pode significar que você já adquiriu o conhecimento e habilidades necessárias para continuar fazendo perguntas e encontrar formas de respondê-las.

Eu tive um professor de química incrível no Ensino Médio, que me inspirou a seguir com meus estudos em ciências. Na faculdade, eu me formei em Bioquímica e gostei de aprender sobre como os princípios de química podem explicar o metabolismo humano e os estados de saúde. Apesar de estar interessada nos conteúdos dos meus cursos principais de química orgânica e biologia molecular, eu achei o currículo desafiador, cujo foco era cálculo e física. Inicialmente, esses cursos pareciam ser muito teóricos, mas assim que consegui entender sua aplicação em química, os conceitos se tornaram muito mais interessantes (apesar de continuarem difíceis!). No início, meu objetivo era conseguir o diploma de bioquímica para fazer pesquisa científica básica. Entretanto, eu entrei em contato com saúde pública por meio de uma oportunidade de trabalho voluntário como educadora de HIV/AIDS na Índia e esta experiência me ajudou a perceber que minha paixão era muito mais a ciência aplicada/translacional que a pesquisa laboratorial. O treinamento científico que eu ganhei enquanto estudava química mostrou ser extremamente relevante e útil em minha carreira atual como epidemiologista—em especial, habilidades como raciocínio científico, elaboração de hipótese, documentação cuidadosa de procedimentos/resultados (ou seja, manter um caderno de laboratório) e saber entender os mecanismos bioquímicos que levam à doença.

Adoro andar de bicicleta e cozinhar. Também estou em uma jornada para encontrar o melhor macarrão com queijo de Atlanta!

A química tem várias aplicações em muitas carreiras, então, não se sinta limitado pelas áreas principais que você estuda na escola. Também é importante ganhar experiência para realmente entender como a química se aplica em diferentes cenários.