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Curso: Comece aqui > Unidade 1
Lição 1: Por que a arte é importante- Por que olhar para a Arte?
- A arte deve ser bonita? O Velho Guitarrista de Picasso
- Como a arte pode ajudá-lo a analisar o mundo
- O poder de Olhar
- Que obras de arte inspiraram você?
- Descrevendo o que você vê: Escultura (Henry Moore, figura reclinada)
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A arte deve ser bonita? O Velho Guitarrista de Picasso
Beth e Steven perguntam, "A Arte deve ser bonita?" olhando para O Velho Guitarrista, de Pablo Picasso, final 1903 - início 1904, óleo sobre painel, 122,9 × 82,6 cm (Art Institute of Chicago, © 2018 Espólio de Pablo Picasso).
narradores: Dra. Beth Harris e Dr. Steven Zucker. Criado por Beth Harris, Steven Zucker, e Smarthistory.
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- porque as maiores artes são feitas pro lado americano(1 voto)
- A arte tem que ser realista?(2 votos)
- A arte, ao expressar ideias, pode assumir diversas formas e aparências, como realista, abstrata, onírica, sensorial, entre outras. A representação realista é apenas uma das abordagens, onde os artistas buscam retratar os temas exatamente como são, sem adornos ou distorções. No entanto, muitos artistas optam por expressar seus pensamentos e emoções de outras maneiras. Assim, a qualidade e o significado profundo da arte não dependem necessariamente de sua semelhança com a realidade, mas sim da intenção do artista e de sua visão pessoal.(1 voto)
- como traduzir o vídeo da matéria(1 voto)
Transcrição de vídeo
(música de piano animada) - [Steven] Muitas vezes presumimos que a arte é bela,
mas isso é obrigatório? A arte deve ser bela? - [Beth] Nós também pensamos: isto é feio, logo isto não pode ser arte. Como uma historiadora da arte,
pra mim se tornou claro que existem muitas diferentes
noções de beleza, que cada cultura possui seus conceitos, e com o tempo as noções
de beleza mudam. - [Steven] E ao longo da minha vida o que eu entendo como
belo sofreu mudanças. Isso sugere que não existe um noção fixa do que seja o belo. - [Beth] No entanto, a maioria
de nós vai concordar que uma rosa é bela e uma barata é feia. - [Steven] E isso é citar
um filósofo Alemão do século XVIII
chamado Kant, que gastou muito tempo
pensando sobre como definimos o que é belo. O que os filósofos chamam
de estudo da estética. - [Beth] E houve muita pesquisa
científica sobre o fato do ser humano
ser atraído por formas que são simétricas, formas
que possuem certos tipos de proporções, e então parece que talvez exista uma verdade biológica
sobre o que é a beleza para os seres humanos. - [Steven] Como historiador,
eu estou interessado na forma como as noções de beleza
mudaram com o tempo. O filósofo da Grécia antiga Pitágoras achava que a beleza estava enraizada em uma espécie de harmonia universal e que quando produzíamos algo que refletia essas harmonias,
nós víamos aquilo como belo. E então existe a questão de
quem determina o que é belo. Eu penso que no século XXI
estamos muito à vontade com a ideia de que a beleza
é algo que é determinado por nossas experiências,
que são fortemente pessoais, mas isso nem sempre era o caso. - [Beth] Bem, vivemos em uma era em que a individualidade é primordial,
e as velhas formas de autoridade que nos diriam o que é belo não existem mais da mesma maneira. No século XIX e centenas
de anos antes dele, havia academias de arte
que decidiam o que era belo. - [Steven] E é interessante
pensar sobre como as academias,
as academias Reais da Europa determinavam o que era belo. - [Beth] E que se baseavam nas culturas
antigas Grega e Romana. - [Steven] E assim os artistas
se focavam em entender uma espécie de proporção ideal,
particularmente do corpo humano. Isso se tornou uma preocupação
fundamental. - [Beth] As academias promoviam
uma concepção do ideal. - [Steven] Havia um
padrão que os artistas tentavam alcançar. - [Beth] E toda a
educação artística era voltada para ensinar a pessoa a ser capaz de alcançar
aquele tipo de beleza. - [Steven] Mas isso deve
ter sido tão opressivo. Deve ter sido bem sufocante
para os artistas. - [Beth] É interessante
olhar pra trás, para a metade do século XIX,
e artistas como Courbet, e a crítica da arte de Baudelaire, ambos promotores de uma ideia de beleza que era específica para
o tempo em que se vivia. Ou seja, de uma beleza que era
eventual e não eterna, de forma que as ruas
modernas da cidade que todos iriam normalmente
definir então como feias, podiam ser vistas como belas. - [Steven] E não é por acaso que aquele escritor e aquele artista
viviam em um momento em que a autoridade do monarca
estava sendo contestada. - [Beth] E que contestar um
ideal único de beleza era realmente importante
para os artistas. - [Steven] Estamos nas galerias
do terceiro andar do Instituto de
Arte de Chicago. olhando para um quadro famoso de Pablo Picasso. É o Velho Guitarrista, da sua Fase Azul. Estamos vendo a obra de um jovem artista e mesmo do nosso ponto
de vista no século XXI, é relativamente fácil entender a pintura como bela. Para alguém vendo este quadro quando ele era novo em 1903, 1904, ele podia ser radicalmente feio, e eu posso dizer isso com certeza,
pela forma como o artista deformou
o corpo humano - [Beth] Embora Picasso não tenha
sido o primeiro artista do final do século XIX a fazer isso,
mas ele o fez aqui em um grau extremo. - [Steven] Vemos um homem em trapos. Seus olhos estão fechados,
uma referência à sua cegueira mas ele está tocando uma guitarra. - [Beth] Seu pescoço está
inclinado de uma forma impossível mas que também
é muito expressiva. - [Steven] Houve muitas
ocasiões ao longo da história em que os artistas distorciam o corpo com propósitos particulares. É claro que Picasso está
voltado para o passado, para o grande pintor Espanhol, El Greco, que atenuou e distorceu corpos para criar uma sensação
mais elevada do espiritual. - [Beth] Estamos vendo
uma figura que está muito
próxima de nós, não há espaço atrás dele. Temos estes planos de cor, e a própria guitarra é quase
completamente frontal, e o pescoço está inclinado
para baixo em direção à guitarra como se todo o seu corpo estivesse absorto em ouvir a música que ele está tocando. Esta figura, em sua solidão,
está encontrando conforto na sua arte. - [Steven] E está tendo
uma experiência estética envolvido naquela música,
que é quase idêntica à experiência estética que eu tenho quanto me
ponho em frente a este quadro. E assim Picasso está fazendo
algo extraordinário. Ele está criando uma ponte entre
a experiência melancólica dentro desta tela e a
experiência que eu estou tendo. - [Beth] E de certa forma, Picasso
nos fornece um quadro em que não podemos vê-las. A figura está cercada
nesta forma retangular. Esta é uma figura que está
em seu próprio mundo. - [Steven] E assim penso que
Picasso está criando esta experiência universal, e por isso, ele eleva a minha empatia por
esse homem, por sua situação, e ele faz isso de várias formas. Ele faz isso por meio da
sua distorção do corpo. Ele faz isso com o uso dos azuis, dos marrons, dos verdes e dos pretos. E ele faz isso por meio da proximidade,
mas ele também produz uma sensação de empatia
por causa da evidente pobreza desta figura. - [Beth] Este é um homem
que se sente exposto aos elementos do mundo embora estes elementos
não estejam neste quadro. - [Steven] Então vamos
voltar a este tema do que é a beleza, e se este quadro é ou não, de fato, feio. Eu poderia argumentar que a
empatia que este quadro cria é por si só uma espécie de beleza, e talvez seja na verdade uma
forma de beleza mais profunda que a beleza fácil,
que a imagem de uma rosa. - [Beth] Outra imagem de um
homem cego tocando guitarra poderia não ter esse mesmo efeito, e assim os elementos formais
em conjunto com o tema são o que nos comovem. (música animada)