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Lamarck e a evolução das espécies

Neste artigo vamos ver a teoria da evolução das espécies de Lamarck. Como ele explicou a variação e a extinção de algumas espécies. 

Introdução

É consenso entre os cientistas que as espécies evoluem. E não estou falando da evolução individual de cada um de nós, como estudantes que escrevem redações cada vez melhores, que têm desempenhos cada vez mais altos na escola ou como seres humanos. Estou falando da evolução das espécies como um todo.
Você já ouviu alguma vez que os seres humanos surgiram da evolução dos macacos?
Você já viu fósseis de hominídeos que corroboram essa teoria? Não?
Figura 1: Evolução do crânio de primatas.
Todos os organismos vivos – os ácaros que vivem em nossa pele, as árvores, os pássaros e todos os demais seres vivos – surgiram na história por meio da evolução de outra espécie. A evolução é um processo contínuo, apesar de termos a impressão de que as espécies não se modificam ao longo das gerações.
Neste artigo, vamos ver a teoria proposta por Jean-Baptiste Lamarck no começo do século XIX para explicar a evolução das espécies.

A teoria de Lamarck

Lamarck defendia que a matéria gelatinosa inanimada podia espontaneamente gerar formas simples de vida, através da força dos fluidos ativos, a saber: água, terra, fogo e ar. A essa forma mais simples de vida Lamarck chamou de germe.
Esses germes podiam, por sua vez, gerar plantas ou animais por meio de progressões contínuas de uma forma para outra ao longo das gerações. As espécies se modificavam das formas mais simples em direção às formas mais complexas ao longo do tempo, buscando alcançar a perfeição da espécie. Assim, organismos que descendem de linhagens mais antigas seriam mais complexos apenas porque tiveram mais tempo para evoluir.
Lamarck não supôs que diferentes espécies descendem de ancestrais comuns, mas que são frutos de gerações espontâneas distintas. Cabe ressaltar dois fenômenos que, segundo Lamarck, contribuem para a biodiversidade encontrada no planeta:
  1. o processo de geração espontânea dar-se-ia de forma continuada;
  2. as linhagens produzidas podem progredir por caminhos evolutivos diversos, em função do ambiente que elas ocuparam durante a trajetória.
Lamarck não acreditava, então, em extinção de espécies. Para ele, espécies desapareceram ao longo da história porque evoluíram, se transformando em outras espécies diferentes. Vamos ver como se dá esse processo.
Lamarck também defendia que o uso contínuo de determinado órgão provocaria o seu desenvolvimento. Em contrapartida, um órgão em desuso poderia ser diminuído e até extinto. Essa explicação ficou conhecida como a primeira lei de Lamarck.
A ideia dessa lei é que fatores ambientais podiam alterar os movimentos dos fluidos internos dos animais, abrindo novas passagens entre as células e criando novos órgãos.
A base dessa lei foi a comparação de órgãos de recém-nascidos com órgãos dos mesmos animais na fase adulta. Todas as modificações encontradas foram atribuídas aos movimentos dos quatro elementos.
O exemplo mais famoso de Lamarck para explicar o desenvolvimento de órgãos muito usado foi o do pescoço das girafas. Segundo ele, o hábito de as girafas esticarem o pescoço para comer as folhas das copas das árvores fez com que o membro ficasse cada vez mais comprido ao longo das gerações, até chegar ao tamanho que conhecemos hoje.
Figura 2: Girafa.
Nenhum dos exemplos dados por Lamarck, seja para a perda de órgãos em desuso, seja para o desenvolvimento de órgãos muito usados, ficou tão famoso quanto esse do aumento do pescoço da girafa.
Entre os outros exemplos dados por ele, podemos citar a perda da visão das toupeiras e a perda da capacidade de voar das aves mantidas em cativeiro.
Figura 3: Toupeiras. Difícil de ver, não? Elas ficam enterradas!
Lamarck defendia que todas as mudanças estruturais sofridas por um indivíduo seriam transmitidas para seus descendentes. Isso explicaria tanto o alongamento do pescoço das girafas quanto a cegueira das toupeiras. A hereditariedade das características adquiridas ou perdidas ficou conhecida como a segunda lei de Lamarck.
Cabe ressaltar que Lamarck reconhecia que algumas mudanças só seriam possíveis ao longo de várias gerações, ou seja, se considerássemos períodos de tempo muito longos.
Lamarck também estudou sementes e plantas ao longo de sua vida. Uma de suas observações foi a de que sementes de uma mesma espécie cultivadas em altitudes diferentes podem gerar plantas com características estruturais bem diversas.
Suas observações na área da Botânica mostraram que o clima e a disponibilidade de recursos exerciam forte influência na constituição física dos organismos, corroborando a explicação dada por Lamarck para a enorme biodiversidade encontrada no planeta.
Apesar de as teorias de Lamarck terem sido desacreditadas ao longo da história em razão das pesquisas e descobertas de outros cientistas, sua importância para o surgimento da ideia de evolução não foi diminuída. A estátua em sua homenagem que fica na entrada dos jardins das plantas em Paris, traz a seguinte inscrição: "Fundador da doutrina da evolução".
Figura 4: Estátua de Lamarck na entrada dos Jardins da Plantas, Paris.

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