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Gênero textual: lendas (brasileiras, indígenas e africanas)

Nesta videoaula, apresentamos informações sobre o gênero lenda e damos exemplos de lendas brasileiras, indígenas e africanas. Versão original criada por Khan Academy.

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Transcrição de vídeo

RKA12MC - Olá! Você já ouviu falar em saci-pererê? E mula sem cabeça, você já ouviu falar? Você sabia que a vitória-régia era uma índia que se apaixonou pelo reflexo da lua, mergulhou no rio para pegar esse reflexo, e acabou se afogando? Pois é! Tudo isso são lendas. E lenda é o tema da nossa aula de hoje. A lenda é um gênero textual muito curioso, muito bacana. Ela se compõe de narrativas breves, normalmente de caráter fantástico, que envolvem muito mistério, e procuram explicar aquilo que ninguém sabe. Isso tem muito a ver com a cultura popular, a cultura de uma região, de uma nação. Bom, eu disse que a lenda procura explicar alguma coisa que não tem explicação, certo? Como, por exemplo, o tamanho do pescoço da girafa. Você sabe por que a girafa tem aquele pescoção? Não? Então, diz a lenda que há muito, muito, muito tempo atrás, a girafa não tinha um pescoção. Só que nessa época aconteceu uma seca muito intensa em toda a África e a pastagem praticamente desapareceu. Só as árvores ainda tinham algumas folhas verdinhas, mas não era possível alcançá-las. A girafa, então, olhava para a copa das árvores e pensava: "puxa vida, seria tão bom se eu pudesse alcançar aqueles ramos tão verdinhos, né?". Mas ela não conseguia. Ela não tinha tamanho para isso. O que a girafa fez então? Ela foi procurar um feiticeiro. E o feiticeiro ouviu a história da girafa com muita atenção. Aí, ele pensou, pensou, pensou mais um pouco, e disse assim: "girafa, minha amiga, eu já sei como resolver o seu problema. Só que eu preciso de um tempo para preparar tudo isso. Então, você vá para casa, descanse e volte amanhã aqui bem cedinho, que eu vou ter a solução para você”. Nossa, a girafa foi para casa, mas naquele dia ela quase nem conseguiu dormir de tão ansiosa que ela estava! Na manhã seguinte, bem cedinho, lá estava a girafa. O feiticeiro ofereceu para ela uma cuia com uma bebida meio esquisita dentro. A girafa olhou, cheirou aquilo, achou meio estranho, mas bebeu. Bebeu e foi ficando meio zonza, meio zonza, meio zonza até que, quando ela abriu os olhos, o que é que tinha acontecido? O pescoço dela tinha crescido, as pernas dela tinham crescido, e, agora, ela podia comer as folhas verdinhas na copa das árvores. Não é muito legal? É uma explicação mágica para alguma coisa que a gente não sabe exatamente o que é. A girafa é africana, a lenda é africana, mas, no Brasil, também a gente tem umas lendas muito interessantes, como por exemplo essa aqui: a lenda do Curupira. Já ouviu falar do Curupira? Ele é um indiozinho de cabelos vermelhos com os pés voltados para trás que protege as matas e os animais. Ele fica à espreita dos caçadores, dos desmatadores. Causa a maior confusão com as coisas deles: some com o machado, quebra espingarda... e, se alguém quiser pegar o Curupira, seguir as suas pegadas, vai se perder na mata. Quem segue os passos do Curupira vai para onde o Curupira veio, né? Então, dizem que tem gente até hoje perdida na mata por causa do Curupira. O ser humano sempre procurou dar sentido àquilo que não é conhecido. Por isso, as pessoas vão criando histórias, contando um caso aqui, acrescentando um detalhe ali, destacando outro ponto mais adiante. Enfim, criando versões diferentes para uma mesma narrativa. Tudo isto faz parte da cultura popular. Aliás, essa história de uma lenda ter muitas versões me faz lembrar da lenda do Boitatá. A lenda começa contando que, há muito tempo, começou uma chuva na floresta e a chuva não parava. Nossa, mas chovia muito, muito! A mata virou um breu. Ninguém enxergava nada. Uma cobra, então, viu umas luzezinhas na mata, foi até lá e descobriu que eram vagalumes. Ela fez um acordo com eles então. Ela os engoliria, eles a iluminariam por dentro e ela rastejaria por aí iluminando toda a floresta. Não é divertido? Olha só! "Aqui, meu amigo, venha cá, venha cá, e vamos iluminar este pedaço de floresta!". É uma versão muito divertida, muito bacana, que tenta explicar alguma coisa. Mas é só mais uma versão. Em outros lugares, o Boitatá não é cobra, não. Ele é uma alma penada! Em outros lugares ainda, ele é um boi muito, mas muito, do bravo! O importante é a gente entender que a lenda não é só uma historinha. A lenda representa a sabedoria e o conhecimento de um povo. Por isso, ela tem muitos, muitos significados. Não é bacana demais? A lenda é tão cheia de coisa, tão interessante, é um gênero textual tão bacana de estudar, que vale a pena a gente recordar. Então, hoje nós vimos o gênero textual "lenda". A lenda se compõe de narrativas breves que tratam do desconhecido e, por isso, tem um caráter fantástico relacionado ao mistério, àquilo que não tem explicação. As lendas se baseiam na cultura popular e representam a sabedoria de um povo. Exatamente por isso elas têm muitas versões. E essas versões trazem em si muitos significados. Eu espero que você tenha gostado da aula de hoje, que você queira ler mais lendas. E aí tem algumas dicas do que você pode ler. Tem estas e muitas outras mais. A gente se encontra na próxima aula!