Conto popular

RKA - Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? Hoje, vamos conversar sobre contos populares, essas histórias que são transmitidas de geração para geração, entre pessoas de diferentes idades, em diferentes épocas. Os contos populares fazem parte da tradição cultural de um povo, tradição essa que se inicia de forma oral. Hoje, muito dessa tradição está registrada na forma de livros. Vocês devem se lembrar de histórias bastante conhecidas, que vocês ouviram de familiares, ou mesmo na escola. Hoje, vamos ouvir uma história que se chama "Festa no Céu". E esse conto, assim como outros contos populares, começa com essa expressão: Era uma vez... há muito tempo atrás, uma floresta. Essa floresta era habitada pelos mais diversos animais: animais terrestres, animais aquáticos, animais com asas. Até que um dia, um convite começou a circular pela floresta. Era o convite para uma maravilhosa festa no céu. Todos os animais ficaram muito felizes. "Oba! Uma festa no céu!" Até que, lendo bem, enxergaram um pequeno aviso escrito em letras minúsculas, bem no cantinho do convite, que dizia: "Entram só animais com asas." Mesmo assim, a tartaruga não perdeu a animação: "Vou à festa no céu, vou à festa no céu!" Os outros animais começaram a zombar da tartaruga: "Como você vai? Você está maluca? Você não tem asas! Quem você pensa que é?" Mas ninguém sabia que a tartaruga tinha um plano. A tartaruga ia escondida dentro do violão do urubu. E assim aconteceu, o urubu chegou à festa para tocar o seu violão, e, sorrateiramente, a tartaruga saiu de lá. Comeu, bebeu, dançou, cantou e se divertiu na festa. Até que chegou a hora de voltar para a terra mais uma vez, e a tartaruga se escondeu ali no violão. No meio do caminho, em pleno voo, o urubu percebeu que a tartaruga estava escondida e, muito bravo, virou o violão. A tartaruga caiu em queda livre, caindo, caindo, até seu casco espatifar no chão, quebrando-se em muitos pedacinhos. Quem estava lá embaixo, ajudou a tartaruga. Foram colando aqueles pedacinhos todos para juntar seu casco novamente. Muitos dizem que, por isso, o casco da tartaruga parece assim, como se fosse feito de pedacinhos colados. E vocês, já haviam parado para imaginar o porquê de o formato do casco da tartaruga ser como é? Vocês gostaram dessa história? Esse é um conto popular que, assim como outros contos populares, possui algumas características. Vamos conversar um pouco sobre algumas delas. A narrativa é curta, com poucos acontecimentos, fácil de lembrar para recontar depois. Afinal, uma história curta é mais fácil para lembrar e recontar, não é verdade? O tempo é indeterminado, ele não pode ser definido. Não há uma época precisa, não há como achar uma data no calendário para definir quando acontece a história. É o tempo da imaginação. E outra característica importante é que os contos populares são meios de transmissão cultural, são modos de ver o cotidiano e propor releituras a partir do imaginário de um povo. Como conversamos no início, os contos populares nascem na oralidade, transmitidos de pessoa para pessoa. E, hoje, são encontrados em livros e também em outros meios, como a internet. Nesse sentido, é muito importante a existência dos pesquisadores da cultura, que são aquelas pessoas que andam por diferentes territórios, ouvindo histórias, observando costumes. Podemos lembrar dos Irmãos Grimm que, no século 19, viajaram por toda a Europa, ouvindo histórias e transcrevendo, transformando em livros essas histórias. São contos, como Chapeuzinho Vermelho, Bela Adormecida. Aqui no Brasil, tivemos e temos muitos pesquisadores da cultura, dentre os quais, Luís da Câmara Cascudo, jornalista e folclorista que reuniu diversas histórias, canções, e descreveu muitos costumes de diferentes regiões do nosso país. Todos esses escritos de Luís da Câmara Cascudo constituem um importante registro da cultura popular brasileira. Agora, procurem lembrar quais contos vocês conhecem. Vocês têm algum conto popular preferido? Nos vemos, então, no próximo encontro, com novos temas. Até lá!