Conteúdo principal
Curso: Equações diferenciais > Unidade 1
Lição 5: Modelos exponenciais- Modelos exponenciais e equações diferenciais (Parte 1)
- Modelos exponenciais e equações diferenciais (Parte 2)
- Exemplo solucionado: solução exponencial de uma equação diferencial
- Equações diferenciais: equações de modelos exponenciais
- Lei de Resfriamento de Newton
- Exemplo solucionado: Lei de resfriamento de Newton
© 2024 Khan AcademyTermos de usoPolítica de privacidadeAviso de cookies
Lei de Resfriamento de Newton
A Lei de resfriamento de Newton pode ser modelada com a equação geral dT/dt=-k(T-Tₐ), cujas soluções são T=Ce⁻ᵏᵗ+Tₐ (para resfriamento) e T=Tₐ-Ce⁻ᵏᵗ (para aquecimento).
Quer participar da conversa?
Nenhuma postagem por enquanto.
Transcrição de vídeo
RKA4JL - E aí, pessoal!
Tudo bem? Nesta aula nós vamos pensar em algo que
podemos modelar com equações diferenciais. Vamos dizer que nós
temos um objeto aqui e que a temperatura dele possa ser mais quente
ou mais fria que a temperatura ambiente, ou seja,
dois cenários possíveis. O que queremos saber nessa aula
é o quão rápido ele esfria ou esquenta. Para fazer isso, vamos pensar
do jeito que Newton pensou, que é o que chamamos de Lei
de Resfriamento de Newton. Basicamente, a Lei de
Resfriamento de Newton diz que a variação da temperatura
em relação ao tempo tem que ser proporcional à diferença entre
a temperatura do objeto e a temperatura do ambiente. E claro, se uma coisa é muito mais
quente do que a temperatura ambiente, a taxa de variação deve ser bem inclinada
com rápida redução da temperatura, mas se uma coisa é muito, mas muito
mais fria do que a temperatura ambiente, sua temperatura deve
subir bem rapidamente. Se essas temperaturas forem iguais,
significa que não vai ter uma variação, e uma temperatura negativa significa
uma mudança instantânea negativa. Como podemos ter essa
variação negativa no caso onde a temperatura do objeto é
maior do que a temperatura ambiente? Para isso acontecer, esse k
tem que ser negativo. Se você não gosta de um k negativo, pode
colocar um sinal de negativo antes, e então o valor do k será positivo.
Isso até faz sentido agora, porque se a temperatura do objeto é
maior do que a temperatura ambiente, isso aqui vai ser positivo e a nossa taxa de
variação vai ser negativa, já que está resfriando. Agora, se a temperatura do objeto for
menor do que a temperatura ambiente, então essa diferença
vai dar negativo, e como tenho um menos aqui,
essa parte vai ficar positiva (isso, claro, assumindo que k
é um valor positivo), e então a nossa taxa
de variação vai ser positiva, o que está indicando que a nossa
temperatura está aumentando. Eu espero que isso tenha
feito algum sentido. Basicamente, a nossa constante k pode
depender do calor específico do objeto, o quanto essa superfície está exposta
a esse calor ou a qualquer outra coisa. Agora que entendemos isso,
será que nós conseguimos generalizar a solução
dessa equação diferencial? Eu sugiro que você pause o vídeo
e tente resolver isso sozinho. Vou lhe dar só uma dica: essa é
uma equação diferencial separável. Então vamos lá, vamos resolver isso
juntos. O que temos para fazer aqui é colocar todos os T maiúsculos
de um lado e o dt do outro. Claro, isso pode parecer um pouco confuso, mas
é porque estamos utilizando as mesmas letras. O T maiúsculo é da temperatura
e o t minúsculo é do tempo. Então, como podemos manipular
isso aqui algebricamente? A primeira coisa
que podemos fazer é dividir ambos os membros
dessa equação por T menos Ta. E claro, eu estou considerando
que essa temperatura ambiente não varie com o tempo,
portanto, ela é uma constante, ou seja, estamos considerando
que a sala é grande o suficiente para que esse objeto não mude
a temperatura do ambiente. Então, dividindo ambos os
membros da equação por isso aqui, vamos ficar com
(1 sobre (T menos Ta)) que multiplica de dT sobre dt,
que é igual a -k. Se multiplicarmos ambos
os membros dessa equação por dt, nós cancelamos esse dt com esse
e ficamos com (1 sobre (T menos Ta)) vezes dT, que
é igual a -kdt. E o que podemos fazer agora? Nós já vimos equações
diferenciais separáveis em que podemos integrar ambos
os membros dessa equação. A integral disso aqui
vai ser o logaritmo natural do valor absoluto do que
temos no denominador. Você pode utilizar
substituição, se quiser. Enfim, nós temos várias
aulas a respeito disso. Então, vamos ficar com ln
do módulo de |T menos Ta| que é igual à integral disso aqui. Nós podemos resolver colocando esse -k
à frente da integral, já que é uma constante, e vamos ficar com a integral
de 1 dt, que dá t. Vamos ficar com -kt mais uma constante c. Aplicando a definição de logaritmo,
nós vamos pegar “e” e elevar a isso, e a resposta tem que
ser T menos Ta, ou seja, o módulo de |T menos Ta|
é igual a “e” elevado a (-kt mais c). E claro, isso vai ser igual a “e” elevado
a (-kt) que multiplica “e” elevado a (c). Ou seja, eu apliquei apenas uma
propriedade de potência aqui. E como “e” elevado a (c)
é uma constante, eu posso chamar isso aqui de c₁,
isso aqui de c₁, aqui de c₁. Com isso, toda essa parte vai
ser uma única constante c, ou seja, vai ser a mesma coisa que c
que multiplica “e” elevado a (-kt). Aqui já estamos achando algo parecido com
o que fizemos quando modelamos população. Então, ficamos com módulo de
|T menos Ta| igual a c que multiplica “e” elevado a (-kt). Olhando para a temperatura da nossa
xícara e a temperatura ambiente, vamos pensar no cenário onde
a temperatura desse objeto é o maior ou igual
à temperatura do ambiente. Esse é o cenário, digamos, onde a
temperatura do objeto é mais quente. Quando isso acontece, o valor dessa
diferença é positiva ou é igual a zero, e por isso não
precisamos desse módulo. E então, sem o módulo, eu posso somar
"Ta" a ambos os membros da equação e escrever a temperatura
como uma função do tempo, ficando com a temperatura
em função do tempo, que é igual a uma constante c que
multiplica “e” elevado a (-kt) mais Ta. Então essa aqui é
a solução geral no caso em que a temperatura do objeto
é maior ou igual à temperatura ambiente. No nosso caso, a xícara seria mais quente
do que a temperatura ambiente. Agora, no caso em que a temperatura do objeto
é menor do que a temperatura do ambiente, isso aqui vai ser negativo, e como
módulo é sempre um valor positivo, nós temos que colocar um
“menos” antes do módulo para garantir que essa
diferença seja positiva. Assim, vamos ficar como Ta menos T,
já que multiplicamos a diferença por -1, que é igual a c que multiplica
“e” elevado a (-kt). Somando T a ambos
os membros dessa equação, vamos ficar com T como
uma função do tempo. Eu já posso multiplicar ambos os
membros da equação por -1 também, ficando com a temperatura
em função do tempo, que é igual à temperatura
ambiente menos c que multiplica “e”
elevado a (-kt). Só para não criar
uma confusão aqui: eu subtraí ambos os membros
da equação por -Ta, mas como esse T é negativo, eu já
multipliquei ambos os membros dela por -1, invertendo o sinal
dessas duas coisas. Esse é o caso em que a temperatura
ambiente é mais fria. Então essas duas são as soluções
gerais dessa equação diferencial que vimos baseada na Lei
de Resfriamento de Newton. Eu espero que essa aula tenha
ajudado e até a próxima, pessoal!